domingo, 25 de outubro de 2009

Eu preciso falar de meu gremismo.

Hoje, diferente das outras rodadas, não quero falar sobre o jogo do Grêmio, não quero falar dos gols, de quem errou ou de quem venceu. Eu sei que Grenal é importante, sei disso desde que nasci, e mais ainda este de hoje que decidiria quem segue na luta pela Libertadores e título. Mas hoje não quero falar disso, preciso falar de meu gremismo.

Um Grenal não é apenas três pontos em disputa, não é apenas dois lados, muito menos apenas um jogo. Ele decide e marca para sempre vidas e destinos. Na tarde de hoje, não pude assistir o jogo, devido não ser televisionado pela TV local, assim, junto a duas amigas também gremistas, escutei pelo rádio. E devo confessar que não prestei muita atenção no jogo, no esquema tático ou nos lances, mas nunca deixei de prestar atenção no verdadeiro Grenal.

Sim, o verdadeiro Grenal que me fez fazer piada e dar risada mesmo quando nós estávamos perdendo, que fez exaltar a mesma história, mesmo hoje, ela tendo um parágrafo negro, que continuou a me fazer gostar dos mesmos jogadores mesmo quando eles não jogavam bem, ou nem se quer jogavam mais. O sentimento mais puro e verdadeiro que se sente em um Grenal, que sente quem é gremista, de continuar a ser Grêmio, onde o Grêmio estiver.

Não vou negar a raiva, o ódio, os palavrões, a ansiedade e nem a vontade (tenra vontade) de largar tudo ou matar todo mundo, tudo o que se presencia em um bom Grenal. Nem vou negar que falei mal do juiz, do técnico, do jogador e principalmente do colorado, mesmo às vezes nem sabendo certo o porquê, poré, era o coração que me mandava e eles estavam “contra” o Grêmio.

Mas o melhor vi depois do jogo, depois do erro tático na escalação de Autuori, do gol de D’Alessandro, da falha de Victor, da ínfima derrota do Grêmio. Foi quando sai ao centro da cidade, mesmo sem a camiseta do Grêmio por puro medo da violência de alguns colorados, e vi outros gremistas com suas camisetas, com a cabeça erguida. Vou confessar que bateu o arrependimento de não estar usando o manto tricolor por puro medo e foi incompreensível o tamanho do orgulho que senti por pertencer a essa nação.

A derrota é decepcionante, mas se aprende mais nos erros do que nos acertos, podemos até não ir a Libertadores (temos duas, eles querem tentar empatar). Mas mesmo assim, sem a arrogância tomar conta de mim, quero continuar com esse sentimento, com esse gremismo que cresce cada vez mais em minha alma. Eu quero continuar a torcer por essa nação que não precisa de uma vitória para sair de casa com sua camisa, fazer festa e celebrar seu time.

Eu quero (e preciso) mostrar meu gremismo ainda por muitos anos, e muitas manhãs poder sair com a camiseta do meu time, necessito de amigos colorados e gremistas em Grenais, necessito das derrotas e vitórias para aprender a viver. Assim, mais do que tudo, quero guardar em minha alma dias como esse e não esquecer toda noite de agradecer a Deus por ter me feito gremista e necessitar do gremismo para viver a vida. Na derrota, na vitória, onde o Grêmio estiver, até que a morte nos separe.

Grêmio, eu te dou a vida, tu és a alegria do meu coração.

3 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito. Baita post.
É assim que se perde, guria. De cabeça erguida. Sem perder o orgulhos e sem jamais tirar a camisa.
Saber perder é também uma qualidade, pena que Autuori esteja aperfeiçoando demais essa nossa qualidade.
E não fiques tu achando que a morte pode te separar de nosso Grêmio.
Nós somos imortais.

José Augusto disse...

quando perde, não querem falar nada??
esconder erros e culpados não apaga essa derrotaa

e dalhe coloradooo

Ale disse...

Não imagina como fico feliz por receber a visita de um colorado!Não escondo erros nem culpados, e eu falei, vc até comentou meu texto... :D