Mudar

Diziam que tudo estava errado, que tudo precisava ser mudado. Faziam promessas e grandes discursos. O problema era o técnico, trocaram. Na zaga, Rafael Marques era ruim e a base precisava ter oportunidade, e hoje, ainda leva gols. Precisava-se contratar mais e o Grêmio contratou oito jogadores. Queriam nomes de peso, um ataque de qualidade, trouxeram Kleber e Moreno. Fizeram campanhas para ser sócio, pois a torcida era importante. No último ranking, o clube era o 3º com mais sócios no Brasil.  Diziam que era importante um estádio novo, que hoje está já com metade de sua estrutura pronta. E o Grêmio perde fora de casa. Contra o fraco Juventude. No campeonato Gaúcho.

O sentimento do gremista é chutado, apertado, maltratado, como a bola (ridiculamente de cor rosa) que rola pelo gramado.  Ele tenta sobreviver. Ao contrário de muitos heróis tricolores que hoje se contorcem no caixão ao ver o que fizeram com o seu Grêmio, que anos atrás não tinha nada que podia ser maior.

E as mudanças? Cadê? 

Ao acabar o jogo, minha mãe entra no quarto e me indaga:

-Após essa vergonha toda você ainda quer ir ver o Grenal?

E eu respondo, ao olhar os quadros na parede:

-Vou sim.  Por que esteja onde estiver, eu hei de ser até morrer Grêmio.
Torcedor é insistente mesmo, ou teimoso.